Com R$ 13,6 milhões, INCT Nupélia coordenará estudo de impactos ambientais e conservação da biodiversidade aquáticaCom R$ 13,6 milhões, INCT Nupélia coordenará estudo de impactos ambientais e conservação da biodiversidade aquática
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Ecologia de Água Doce, Impactos e Conservação (INCT Nupélia) é um dos três projetos da Universidade Estadual de Maringá (UEM) aprovados na 46ª Chamada dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), promovida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Com sede na UEM e coordenação do professor Angelo Antonio Agostinho, o projeto receberá R$ 13,6 milhões para ampliar os estudos realizados há 25 anos no trecho livre de barragens do alto rio Paraná, voltados à conservação da biodiversidade e à análise de impactos ambientais.
Com o novo aporte financeiro, o INCT Nupélia expande sua atuação para abordar problemas emergenciais, como os chamados “hidrópicos” – flutuações artificiais diárias na vazão dos rios provocadas por usinas hidrelétricas para atender à demanda energética. Essas alterações, intensificadas pelo avanço das fontes intermitentes na matriz energética brasileira, causam mudanças significativas na fauna aquática e nos serviços ecossistêmicos do rio Paraná.
O projeto reúne 87 profissionais, entre eles 65 pesquisadores, sendo 46 da própria UEM, além de parcerias com 19 instituições brasileiras e 15 internacionais. Está estruturado em três eixos centrais: biodiversidade de águas continentais; impactos e manejo de reservatórios; e invasões biológicas, com as mudanças climáticas como tema transversal.
Segundo Agostinho, o INCT buscará entender como os ecossistemas de água doce respondem tanto a variações naturais quanto a alterações causadas por ações humanas, como a construção de barragens e a introdução de espécies exóticas. “Vamos desenvolver pesquisas e propor estratégias para mitigar os impactos, formular políticas públicas e promover a conservação da biodiversidade, com foco também na disseminação do conhecimento de forma acessível e inclusiva”, afirma.
A expectativa é que os resultados do instituto contribuam com a segurança hídrica, a segurança alimentar e a melhoria da qualidade de vida das populações, especialmente em cenários de mudanças climáticas. O projeto também tem forte propósito na formação de recursos humanos e na disseminação de conhecimento para a sociedade.
“Para a UEM, a aprovação significa o fortalecimento do grupo de pesquisa, contribuindo na solução de problemas regionais e nacionais relacionados à degradação da biodiversidade, dos recursos aquáticos e da pesca, decorrentes de grandes obras de engenharia, introdução de espécies e mudanças climáticas. Ademais, o financiamento contribuirá para melhorias em laboratórios, na logística dos trabalhos de campo e na formação de recursos humanos em todos os níveis”, destaca Agostinho.
Agostinho celebra a conquista como um reconhecimento coletivo: “Sentimos como uma justa premiação pelos esforços do grupo em fazer uma ciência comprometida com o equilíbrio entre o uso dos recursos hídricos e a conservação da natureza.”.
Além do Nupélia, a UEM também lidera o INCT DOHaD Brasil, focado nos efeitos das fases iniciais da vida sobre doenças crônicas, e o INPIIF, voltado a tecnologias de imageamento fototérmico. Com os três projetos aprovados, a universidade soma cerca de R$ 40 milhões captados, consolidando-se como um polo de excelência em ciência, inovação e colaboração interdisciplinar.